segunda-feira, 27 de abril de 2009

'só sei que ainda me vou lembrando de ti, da ultima noite, e de todas as outras vezes em que o desejo foi mais forte que a consciência.'

domingo, 26 de abril de 2009

eu sei que vais voltar sempre, outra e outra vez. sei-o desde a primeira vez que te foste embora.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ele ontem chegou mais tarde do que é normal, e confesso que isso me inquietou. Tive medo que ele se tivesse ido embora como tu foste, da mesma forma repentina e cruel. Meteu a chave na porta bem devagarinho, pensando ele que eu estava a dormir, e de facto estava, contigo. Deixei-me estar quieta, para não mudar o rumo daquela noite. Não me apetecia ter que o deixar despir-me, nem ter que o ver satisfazer-se de mim. Não era por obrigação não, era outra coisa. Acho que hoje percebo que o único mal que nos assombra, é a minha falta de amor para com ele, e o amor dele em exagero para comigo. A culpa foi minha, que o deixei julgar que ia resultar. Dei-lhe esperanças numa noite quando, entre álcool e drogas, o afastei dos lençóis e lhe despi o pijama. Lembro-me que dormia só com uma t-shirt o que me fartou o trabalho. Não estava certamente em condições de ser carinhosa, por isso fiz o que me apeteceu fazer, e adormeci. Arrependi-me no segundo depois, de lhe ter voltado as costas, e me ter lembrado de ti. Fi-lo para te arrancar de mim, para te esquecer, para te sobrepor, chama-lhe o que quiseres, de nada resultou. Ele tentou aconchegar-se a mim, e eu só consegui pular dali para fora, e meter-me num banho gelado. E á medida que a água ia escorrendo, só conseguia imaginar as tuas mãos a percorrerem o meu corpo naquelas entregas de horas. Na forma como te encostavas na parede, e colocavas os teus braços á volta da minha anca, puxando-me para ti num gesto decisivo e arrepiante. Tento pensar até que ponto é que era mau não te ter ali sempre, no banho, na cama, no sofá, do outro lado do telefone, ou na esplanada da praça. Penso e repenso, e a única coisa que me ocorre é que não era mau, era espaçoso. Dava-nos liberdade, e espaço para as saudades crescerem. E era tão bom a cada encontro. Era como de tivesses um novo brilho no olhar, como se o meu sorriso fosse mais esplendoroso. De repente ele entrou na casa de banho, e parou-me o sonho. Foi como se tivesse descido á terra da forma mais brusca que pode existir. Aquela voz em que eu tanto quis acreditar, não era a tua. Encheu-me de beijos, mimos e frases feitas, daquelas melosas que os homens decoram quando querem convencer-nos que estão deliberadamente apaixonados e eu tive que me deixar levar. Chego ao ponto de o detestar, de tanto que o quis amar. Não consegui, ainda te tenho demasiado em mim amor.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

será?

Durante algumas vezes, fui muito injusta comigo mesma, mas tenho medo de ter sido ainda mais injusta contigo. E sei que o fui, ainda que me tente convencer todos os dias que não. Tento que doa menos, tentando tapar todos os buracos que ficaram, tentando concertar todas as falhas, tentando sarar todas as feridas. As marcas, as queimaduras, os ácidos, as cicatrizes, o tempo foi apagando. As desilusões, as tristezas, as mágoas, as discussões, o tempo foi levando. Já não oiço a nossa voz aos gritos no meio do jardim, já não releio as nossas mensagens duras, já não sinto a ausência das tuas mãos frias a percorrerem o meu corpo quente. Já não me vejo distante, nem triste, nem te vejo atrás de mim no espelho. E sei que fui injusta ao mandar-te embora daquela forma, sem ouvir-te com atenção, sem te deixar apaziguar-me. Preferi a culpa ás desculpas, sem pensar que podiam mesmo ser álibis fundamentados. Não quis ouvir a tua versão dos factos, não te deixei falar, nem explicar-me o ocorrido. Tento saber se te esqueceste de mim, tento-me convencer que não, mesmo sabendo que sim. Que me substituíste, e que ate foi fácil, porque os homens tem facilidade em lidar com os desgostos de amor. Entregam o coração magoado ao primeiro colo que lhes oferece abrigo, ao primeiro tecto que lhes oferece protecção, ao primeiro chão que lhes oferece segurança. Esquecem-se que são só ofertas, porque só querem esquecer porque estão ali. Esquecem-se que os abrigos nem sempre são seguros, que por vezes os tectos são falsos e que o chão pode ter vários metros de profundidade. Não pensam, não tem medo, e muito menos amor. Só querem esquecer que os magoaram, porque dizem que um homem não chora. E eu já vi tantos chorar amor.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

" A vida não passa disto, os momentos perfeitos servem para nos dar força para todos os outros e ensinam-nos que a eternidade às vezes só dura alguns momentos, mas entre caixotes, pó, memórias perdidas no tempo e a certeza que nunca mais entrarei na casa onde vivemos, guardo-te com o sabor dos chocolates que já viveram na mesma caixa onde agora repousas, sereno e pacificado como o meu mais perfeito namorado, na doçura triste que sucede a desordem do amor. "
'não vale a pena tentar escolher as melhores palavras quando a única coisa que te quero dizer, é que tenho saudades tuas. de nada vale agora tentar fazer-te ficar, quando na realidade nunca aqui estiveste. foi um vaivém de prazer e felicidade que eu nunca vou conseguir explicar, e muito menos esquecer.'

domingo, 19 de abril de 2009

quero-te de novo com o sorriso pelo qual me apaixonei no nosso segundo primeiro encontro.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

" Uma mulher que aprende a desligar o complicómetro vive mais bem disposta muitos mais dias por ano. Não perde tempo a tentar mudar os outros nem se aborrece com o que não consegue mudar. Não está sempre a criticar nem a deitar abaixo quem tem ao lado, queixa-se pouco e olha para a vida com bonomia. E quando se queixa é porque tem razão, o que faz com que seja ouvida com atenção. Uma mulher descomplicada é uma bênção para os outros, mas sobretudo para a própria. Atenção: nada de confundir uma mulher descomplicada com o género boneca pau-mandado sem personalidade nem voto na matéria, que faz tudo o que um homem quer, estilo banana com olhos.
Uma mulher descomplicada é acima de tudo alguém que sabe o que quer, que percebe o que querem os que ama e que aprendeu a defender-se do que não a faz feliz. Em última análise, é alguém que também sabe o que não quer e que aprendeu a dar a volta. E já agora por cima, que é uma forma elegante e muito feminina de dar uma ou mais voltas à vida. "

dream

sabes o que me apetecia agora? o ontem, o hoje e o amanhã. tudo ao mesmo tempo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

'achas que nos serve de alguma coisa reduzirmos o que fomos a nada? eu acho que não, e é por isso que continuo teimosa, e não deixo que este silêncio me estrague a vontade. mas tu achas? diz-me sinceramente se o facto de não nos vermos muda em alguma coisa aquilo que no fundo continuamos a sentir um pelo outro? tu não és burro nenhum, portanto entende que o que é nosso está guardado, e que por mais que passes por cima disso, por mais que tentes apagar escrevendo por cima, vais recordar-te sempre de mim, do que passamos, nem que seja por um cheiro semelhante ao meu, ou por veres alguém na rua com cabelos parecidos. e achas que nos serve de alguma coisa não falarmos? eu acho que não.'

quarta-feira, 15 de abril de 2009

foi porque quis, ou porque não tinha opção. não sei, nem nunca vou saber. e agora tambem não faz mais sentido. se ele me quizesse contar, eu já não ia querer ouvir. (...) senti de um momento para o outro que tinha encontrado um louco á altura da minha loucura. disposto a viver comigo uma aventura sem igual. recordo a forma como me meti com ele, como o cativei, sem jeito, sem prepósito, sem desejo nenhum. e não tive medo, nem receio, não pensei em nada, só no quanto era bom estar ali. (...) quando ele não vinha, a saudade apertava.
o resto do mundo deixou de existir, e naquele instante eu sei que os nossos corações deram as mãos e prometeram proteger-se sempre um ao outro. quebramos os dois. conversas que nem nós sabiamos onde iam acabar, porque nunca lhe quizemos ver o fim, mesmo sabendo que ele ia chegar, e que estava mais proximo do que queriamos imaginar. (...) que teria de subir os degraus todos ate lá acima para chegar ate ele, para depois ser atirada cá para baixo, e cair sem dó nem piedade, aos trambolhões. mas ele não ia, as discussões não surgiam, e eu deixei de pensar, para passar agir. foi o pior erro que cometi. tanta coisa que afinal até ali não tinha sido quase nada. (...) soube ali que tinha de cuidar dele. e cuidei, e vou cuidar sempre, por mais longe que esteja, sei que vou olhar sempre por ele. seja em noites completamente alterada pelo alcool ou drogas, ou num simples cheiro que me fará automaticamente lembrar de um bocado bem passado. recordo a forma como ele deitou a cabeça no meu colo, em forma de concha. eterna expressão de miudo, grande por fora, mas tão pequeno por dentro. conheci-o ali. acho que a maneira mais facil de conhecermos alguem, é observa-la. e eu vi ali, que ele era forte por fora, que gostava de desporto, que não suportava que mexessem no que era dele, mas que ao mesmo tempo precisava de sentir que precisavam dele, que não era capaz de construir um caminho sozinho. e não me enganei. e prometi a mim mesma cuidar sempre dele, mesmo quando ele barafusta-se. prometi agarrar-lhe a mão, mesmo quando ele a encolhesse. e nunca vou falhar nisso. ele pode não o entender agora, mas foi por isso que o deixei voar, para o proteger. eu sei que ele não ia aguentar, que queria mas não conseguia. sei que ele gostou de mim, e que ainda hoje sonha comigo mais do que quer, que me deseja mais do que pensa, eu sei. e ele tambem sabe, mas tenta não saber, para não cair.
foi sem intenção que nos envolvemos. eu sei, a culpa foi minha. fui eu que não tive cuidado. fui eu que não soube controlar os meus lábios e que os deixei chegar ao pescoço dele. depois foi ele, que me abraçou, e prometeu demais, sem querer e eu deixei-me ir ao ritmo daquela canção de embalar, que tanto som fazia á nossa volta. beijamo-nos, não tivemos cuidado. (...) e ficou tanto por fazer .. depois acabo, eu sei que acabo. sabes bem que não consigo construir castelos no ar.

Deixa-me que te diga que aqui está um tempo de merda, que estou de aquecedor ligado, trancada no quarto, com a música no volume máximo que consigo aguentar. Quero contar-te como estou para ver se isso mexe contigo. Por outro lado acho que não devo contar-te porque isso é mostrar-te (-me) demais. Deixa-me apenas continuar ao meu ritmo, não me exijas pormenores, nem me interrompas. Quero contar-te como têm sido estes meses sem ti. A forma como tenho ultrapassado a tua ausência, e a maneira como aprendi a lidar com o teu silêncio. Deixa-me que te diga que o mais facil foi ultrapassar-te. Interiorizar o fim, esquecer os erros, e apagar as desilusões, isso foi fácil. Dificil foi esquecer o teu corpo nu deitado ao lado do meu. Dificil foi, noite após noite, ter-que me habituar adormecer sozinha, sem a tua presença ao meu lado, mesmo que de costas voltadas, ou na ponta extrema da cama. Dificil foi mentalizar-me que teria que aceitar os abraços que me ofereciam, mesmo sabendo que nenhum me ia acalmar como o teu. Foi dicil foi ..

terça-feira, 14 de abril de 2009

" O maior encanto de uma relação vivida dia após dia é a leveza: como ninguém constrói castelos no ar, nenhum vento os pode destruir. Até pode ser uma relação a prazo e ter os dias contados, mas quem a vive nunca conta os dias que faltam para acabar, só conta os bons que já viveu. E quando damos por isso já foram muitos mais do que estávamos à espera, porque nem contávamos com eles. "

p.

deixas-me tão triste com as essas atitudes, já não sei se te ame ou se te peça que mudes. deixas-me a pensar com essas tuas revoltas banais, com esses teus ciumes não vamos longe demais. não quero ficar por aqui contigo, porque já te disse, és a minha vida, mas se não consegues lidar comigo, não vejo onde é que está para nós a saída. desculpa se ás vezes sou demasiado agressiva, só porque não consigo viver partida. tu tens metade de mim ai, mesmo que não o entendas, ouve baixinho a minha canção, e deixa-me ser a tua prenda. não quero recompensa ou castigo, apenas quero ter-te sempre comigo.